quarta-feira, 25 de março de 2009

Cesta Básica: Os melhores discos do a-Ha


Uma das bandas mais queridas dos anos 80, o a-Ha arrebatou uma multidão de criança e adolescentes com as suas canções pop e um vocalista que arrancava suspiro das meninas. Formada por Morten Harket (vocais), Paul Waaktaar (guitarra) e Magne Furuholmen (teclados), a banda norueguesa foi um dos expoentes do synth pop que tanto sucesso fazia no início dos anos 80. O nome da banda veio da interjeição de surpresa. E, naquela época, o a-Ha foi realmente uma surpresa. Formada em 1982, a banda ainda demorou um pouco para conhecer a fama. O primeiro sucesso, "Take On Me", já era uma canção antiga, mas que não havia dado certo. Nas mãos do produtor Alan Tarney, a música acabou virando febre mundial, e o a-Ha, finalmente, pôde gravar o seu primeiro álbum, "Hunting High And Low". Depois do primeiro disco, a banda ainda gravou mais alguns bons discos recheados de sucessos instantâneos, como "Cry Wolf" e "You Are The One". No total, foram nove álbuns de estúdio em um período de 20 anos, pois a banda se separou entre 1994 e 1998. A Cesta Básica dessa semana vai dar uma geral nos principais discos da carreira do a-Ha, a fim de que você fique preparado para os shows que acontecerão no Brasil nessa semana.
Os 4+ :
"Hunting High And Low" (1985) - Após ter fracassado com o lançamento da canção "Take On Me", o a-Ha chamou o produtor Alan Tarney, e o "novo" single se transformou em uma mina de ouro, vendendo 1,5 milhão de cópias, em apenas um mês, e alcançando o topo da parada da Billboard. O álbum "Hunting High And Low" foi lançado e, quando a MTV entrou na parada, não teve mais jeito - em 1986, o videoclipe venceu seis categorias do MTV Video Music Awards. Além de "Take On Me", um verdadeiro clássico do new wave, o primeiro disco do a-Ha apresentou outro single que fez imenso sucesso. A complexa "The Sun Always Shines On TV", a melhor composição da banda até hoje, foi outro sucesso (primeiro lugar da parada britânica) e alavancou a venda do álbum, que, até hoje, já vendeu quase 10 milhões de cópias. O álbum de estreia do conjunto norueguês provava, em definitivo, que o a-Ha não era uma banda de um single só. O coeso disco, moderno para o seu tempo, trazia ainda a ótima (apesar de ser muito Depeche Mode demais) "Train Of Thought", a linda balada "Hunting High And Low", e a valsa-pop "Living a Boy's Adventure Tale". Mais do que rostinhos bonitos, os integrantes do a-Ha mostravam que eram bons músicos e, acima de tudo, ótimos compositores. Foi uma estreia arrasadora.
"Scoundrel Days" (1986) - Após o sucesso de "Hunting High And Low", o a-Ha enfrentou o difícil desafio do segundo álbum. Se não chega a ser tão bom quanto "Hunting High And Low", "Scoundrel Days" trazia mais uma ótima safra de canções que manteve o grupo sob os holofotes por mais um bom tempo. Três canções explodiram nas paradas de sucesso: "I've Been Losing You", "Cry Wolf" e "Manhattan Skyline". Musicalmente, o a-Ha não mudava em quase nada com relação ao primeiro disco. Talvez "Soundrel Days" seja um pouco mais puxado para o rock, a exemplo da canção "I've Been Losing You", mas mesmo assim, o pop "bubble gum" predominava. No entanto, era possível notar um amadurecimento da banda em alguns quesitos, como a voz de Morten Harket, cada vez melhor (para comprovar, basta ouvir a faixa-título), e Paul e Mags também estavam mais afiados. Além dos singles do álbum, destacam-se as faixas "The Swing of Things" (com um belo arranjo de guitarras), a balada "October" e o encerramento com "Soft Rains Of April".
"Stay On These Roads" (1988) - O sucesso alcançado pelo a-Ha com os seus dois primeiros álbuns fizeram com que os produtores de James Bond convidassem a banda norueguesa para escrever a canção-tema do filme "Marcado Para Morrer". "The Living Daylights" foi gravada e - bingo! - tornou-se sucesso absoluto. Com um hit desses na manga, as coisas ficaram fáceis para a banda lançar o seu terceiro álbum. "Stay On These Roads" chegou às lojas em 1988 e, seguindo a mesma receita dos discos anteriores, foi um campeão de vendas. Nos Estados Unidos, as coisas continuavam sem acontecer para o a-Ha (por lá, eles ainda são uma "banda de uma música só"), mas no Reino Unido, "Stay On These Roads" chegou ao segundo lugar da parada de discos, e hits como a faixa-título, "You Are The One", "The Blood That Moves The Body", "Touchy!", além de "The Living Daylights", estouraram nas rádios. Nesse mesmo período, o a-Ha virou febre aqui no Brasil, o que resultou nos primeiros shows dos noruegueses por essas terras. Inclusive, aqui, outra canção de "Stay On These Roads" que fez imenso sucesso foi a balada "There's Never a Forever Thing". Pena que depois desses três primeiros discos, as coisas ficaram um pouco mais difíceis para o a-Ha...
"Minor Earth Major Sky" (2000) - Em 1990, ainda aproveitando o sucesso de "Stay On These Roads", o a-Ha lançou o álbum "East Of The Sun, West Of The Moon", que teve como principal faixa "Crying In The Rain", antigo sucesso do The Everly Brothers. A banda voltou ao Brasil para um show na segunda edição do Rock in Rio, que aconteceu no Estádio do Maracanã, em janeiro de 1991. No ano seguinte, os noruegueses lançaram o fraquíssimo "Memorial Beach", e a banda acabou se separando. Morten, Paul e Magne partiram para as suas carreiras solo até o a-Ha voltar às suas atividades em 1998. Dois anos depois, o grupo lançou "Minor Earth Major Sky", um álbum que, se estava distante daquela sonoridade original dos três primeiros discos, pelo menos era bem superior a "Memorial Beach". A principal característica desse sexto trabalho da banda é o fato de o a-Ha ter se vendido para uma nova geração de fãs - a banda não lançava um novo trabalho havia oito anos. Apesar de não ter vendido muito, o a-Ha mostrou muita dignidade, e foi retribuído pelos seus velhos fãs com uma boa recepção a boas canções como "Little Black Heart" e "I Wish That I Cared".
Dispensável :
"Memorial Beach" (1992)
- Para quem conheceu o auge nos anos 80, a década de 90 começou muito ruim para o a-Ha. "East Of The Sun West Of The Moon" já não era um bom disco. Mas as coisas ainda ficaram piores com "Memorial Beach". Nele, fica nítida a impressão de uma banda que não quer mais trabalhar em conjunto. Esse quinto álbum, na verdade, poderia nem ter existido. Uma tentativa que beirou o ridículo de se parecer com o U2, na canção "Dark Is The Night For All" foi a senha para a separação da banda. Das dez faixas do álbum, oito foram compostas exclusivamente por Paul Waaktaar. Pouca coisa ali se salvava no meio de tantas músicas fracas como "Angel In The Snow", "Between Your Mama And Yourself" e "Lie Down In Darkness". A menos ruim era "Move To Memphis", mas, mesmo assim, bem aquém de composições que fizeram a fama da banda, como "Take On Me" e "The Living Daylights". Pelo menos, a banda norueguesa reencontrou o seu rumo com "Minor Earth Major Sky", que abriu as portas para dois bons álbuns que resgataram a veia pop (e a dignidade) da banda: "Lifelines" (2002) e "Analogue" (2005). Que venha o próximo! E que, antes, venham os shows no Brasil!

Nenhum comentário:

Postar um comentário