segunda-feira, 23 de março de 2009

Líbano - História

O Líbano é um país do oeste asiático situado no extremo leste do Mar Mediterrâneo, limitiado ao norte e a leste pela Síria e ao sul por Israel, na região do Crescente Fértil, onde surgiram as primeiras grandes civilizações da humanidade. É a pátria histórica dos fenícios, negociantes semíticos da Antiguidade, cuja cultura marítima floresceu na região durante mais de 2 000 anos e que criaram o primeiro alfabeto, do qual sairam todos os demais, tanto semíticos como indo-europeus. Foram os fenícios que fundaram Cartago, a maior rival de Roma na antigüidade. Outras cidades importantes eram: Tiro, Sídon, Biblos e Arvad que mantiveram sua importância durante o domínio romano. Com a conquista de Alexandre Magno em 332 a.C., a região ficou integrada na civilização helenística. Seguiu-se a dominação do Egipto ptolemaico, que por sua vez foi seguida pela dominação do Império Selêucida.
No
século I a.C. o Líbano passou a fazer parte do Império Romano e, em seguida do Império Bizantino, sendo introduzido o cristianismo na região. A conquista árabe do século VII introduziu a actual língua do país, o árabe, bem como a religião islâmica. Durante a Idade Média o território que hoje é o Líbano esteve envolvido nas cruzadas quando então foi disputado pelo Ocidente cristão e pelos árabes muçulmanos. No século XII o sul do Líbano esteve integrado no reino latino de Jerusalém. Foi depois ocupado pelos turcos do Império Otomano em 1516.
Entre o fim do
século XIX e o início do século XX, grandes quantidades de libaneses de diferentes etnias e religiões fugiram de conflitos bélicos e perseguições religiosas; muitos migraram para a América, estabelecendo-se em países como os Estados Unidos, a Argentina e o Brasil (ver Imigração árabe no Brasil).
Com o fim do
Império Otomano, após o fim da Primeira Guerra Mundial, o Líbano foi colocado sob o mandato francês, confirmado pela Sociedade das Nações em 1922. A República Libanesa foi criada em 1926. Durante a Segunda Guerra Mundial, país foi ocupado (1941-1945), pelas forças da França apoiadas pelos britânicos.
A independência foi conquistada em
1945, sendo o país considerado,sob o ponto de vista financeiro, a Suíça do Oriente. Por ali eram feitas grandes negociações de petróleo. Sob o ponto de vista turistico, era comparado ao Mónaco do Oriente; possuía casinos e hotéis de luxo, porém, disputas crescentes entre cristãos e muçulmanos, exacerbadas pela presença de refugiados palestinos, minaram a estabilidade da república. A hostilidade entre os grupos cristãos e muçulmanos levou a uma guerra civil e a intervenção armada (1976) pela Síria. As atividades da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), levaram à invasão e ocupação israielita (1976), da parte sul do Líbano. Uma força de paz da ONU tentou sem sucesso estabelecer uma zona intermediária. Em 1982, Israel promoveu uma invasão militar que provocou a saída de palestinos. As forças de paz da ONU retornaram aquela região quando houve o massacre de civis muçulmanos em Sabra e Chatila, realizado pela milícia falangista cristã na Beirute Ocidental, ocupada por Israel em represália pelo assassinato do presidente Bachir Gemayel por falangistas palestinos. A Síria interveio novamente em 1987. Israel criou o Exército do Sul do Líbano e ocorreram cerca de vinte invasões aéreas israelitas durante o ano de 1988.
No mesmo ano, a administração libanesa cindiu-se com o fim do mandato de Amin Gemayel, irmão de Bachir, e o país passou a ter dois primeiros-ministros ( o sunita Selim Hoss, que era o primeiro-ministro de fato e de direito de acordo com a Constituição e o cristão general Michel Aoun, indicado por Gemayel) e nenhum presidente. Em
1989, foi negociado um acordo na Arábia Saudita (Acordo de Taif), nele o domínio maronita no governo deveria ser reduzido. Apesar da relutância, uma frágil paz foi estabelecida sob a proteção Síria que foi formalizada por um tratado em 1991. A tensão no sul do país continuou, com ataques guerrilheiros radicais do Hezbollah, apoiados pelo Irã, contra o Exército do Sul do Líbado, apoiado por Israel.
Em
1996, agressões israelitas provocaram a intervenção dos Estados Unidos e da França. Com a participação da Síria, do Líbano e de Israel, foi aberta uma negociação que ficou conhecida como "entendimento de Abril" que reconheceu o direito de resistência contra a ocupação do exército israelita e a milícia que colabora com ele dentro do território ocupado, com as devidas salvaguardas da população civil e da infra-estrutura do país. A resistência libanesa obedeceu o "entendimento de Abril" não violando os seus termos. O que tem ocorrido desde então são acções de legítima defesa da resistência libanesa contra a ocupação que causaram o descontrole do exército israelita, o qual começou a perpetuar violentos e desesperados ataques contra o Líbano, como os do dia 8 de fevereiro de 2000.

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